Rai.n
Ontem parei para ouvir os pingos de chuva.
Não entendia sua persistência...ping...ping...ping...ping.
O vento veio e me disse que é assim mesmo, e saiu me deixando arrepiado.
Tentei argumentar...interrompi o estampido frenético e insistente...apenas o som se ocultou.
Perguntei à verdade, ela me disse que não tinha jeito, perguntei para a mentira, ela disse que tinha sim.
Então, cabisbaixo eu tive que esperar, olhando pingo após pingo, a gota se formar, deixar a superfície quase que em desespero e se espatifar no chão. Pensei que aquelas gotas se pareciam com lágrimas, e imaginei se seriam de tristeza ou alegria.
Ao longe, enquanto os pingos continuavam, escutei vozes, cantos de pássaros e até carros apressados, todos entretidos em seus mundos particulares, alheios àqueles pingos.
Ao fundo o ping...ping...ping obstinado não parava, enquanto que de súbito sentir cheiro doce, parecia que tudo estava em conspiração...os sentidos eram tão intensos que atordoavam.
De repente silêncio...e um um pensamento de terror, àquilo que me incomodava era o que me confortava, afinal o que é viver se não um pingo atrás do outro?
Um pingo atrás do outro, alguns de alegria outros de tristeza e a vida segue sem parar...
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