Your heart, not mine
Caminhando nas ruas molhadas, muitas pessoas passando ao seu lado, indo e vindo, para lugares que não lhe interessam, segurando seu guarda-chuva preto, anda pensando em sua vida, de onde veio, para onde vai e como chegou ali. À sua frente esta o Big Bang, olha-o fixamente como se estivesse diante de uma das 7 maravilhas do mundo, ao passar por ele, ao meio da ponte, olha à sua direita a Tower Bridge ao longe, e à sua esquerda a London Eye se ergue majestosa bem próxima de seu alcance.
Em um minuto mais tarde esta em um barco navegando por entre os canais em forma de teia do país abaixo do nível do mar, conhece todos os sítios do lugar, mas não chega a ver de perto seus famosos moinhos e flores, no entanto, escorrega pela ilegalidade de qualquer outro lugar do mundo e aproveita o momento.
Ao perceber que esta de frente com mais um símbolo mundial, onde todos no dia-a-dia falam aquele francês, o qual entende que por muitas vezes parece ser algo provençal, e só então entende que é algo realmente magnífico digno das aspirações mais românticas, mas assim como esse monumento esta agora em suas mãos outros surgem para despertar sua curiosidade, são Louvre, Arco, Notre Dame, Sacre Creur...
No início da noite mais densa em qualquer outro lugar do mundo, onde as pessoas tem aquela última refeição do dia, não se sente diferente, exceto pelo lugar onde se encontra, cercado de água em uma noite diferente de qualquer outra, onde a luz nunca se vai, ou pelo menos nunca se vai tanto quanto esta acostumado. Sai para saciar sua fome, andando encontra diversas luzes por seu caminho, é tudo muito brilhante, pacífico e bonito. Muito convidativo Estocolmo para se ir sozinho, para se sentir sozinho. Ao voltar para sua embarcação ancorada às margens de um dos diversos mares, deita e tem um sono tranquilo.
Um dia nasce e com ele vem o sol, forte e arrematador, coloca a prova 3 anos de estudo, tenta entender, tenta falar, e não passa tanta vergonha quanto imagina, se vira bem entre tantos "Holá", "Me gustaría" ou "Qué hora és". Nada como um povo alegre, sol quente, praia, para se sentir um pouco como em casa, anda despreocupado, apenas a observar tudo e todos, tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais.
De novo cai a chuva e entre gnomos verdes, um idioma misturado com outro, e lanchonetes que não aceitam cartões, estava perdido e ansioso para ver os trevos de quatro folhas. O verde de fato se mistura com o laranja e chama o branco pra dançar, novamente a alegria invade o coração e se sente feliz por estar ali, andando em grandes ônibus verdes de dois andares, procurando a próxima parada para descer e conhecer.
Continua a caminhar, em uma noite que nunca se torna tão escura quanto qualquer outra, aos seus pés paralelepipedos mais antigos do que pode imaginar, ao seu redor uma cidade com luzes baixas e penetrantes onde a cidade se inverte e você também ao refletir nas águas que a rodeiam.
Quando chega um frio que o faz arrepiar, olha para fora do restaurante, observa, as pessoas passam por lá sem nem lhe notar, isso acontece freqüentemente, pensa. De volta a sua refeição, peixe com batatas nunca pareceu ser tão bom, e se pega pensando em história, na história do lugar, na sua própria história. Saí e vai tomar um licor de cereja.
Mais uma volta e se deita em mais uma cama, olha as paredes ao seu redor, são sempre diferentes até que sejam sempre iguais de novo. Em meio agora, a um calor insuportável e a tantos gritos e berros de torcida, todas as pessoas brancas como neve, ou até certo ponto vermelhas como pimentão, juntas, suando, gritando e torcendo sempre com seu copo de cerveja e sua salsicha ao molho curry nas mãos. É inimaginável pensar que tempos atrás os avôs dessas pessoas se aliavam a uma pessoa que queria uma unica raça mundial e para isso estava disposto a um dos maiores genocídios do mundo.
Daí em um lugar que não lhe chama muita atenção, por incrível que pareça é onde encontra paz em seu coração. Andando com o espírito elevado a procura de algo, sempre a procura de algo, inquieto, encontra, um caminho, um moinho, um banco, uma vista e o mar. Desfruta de suas frutas, aguça seus sentidos, nunca antes havia se sentido assim, e aproveita o momento.
No final tudo volta ao começo, onde você parte apenas consigo mesmo e sua confiança para o desconhecido, se vai dar tudo certo ou não, depende de você. O caminho é tão cruel quanto prazeroso, é tão revigorante quanto cansativo, e você caminha sempre só, as vezes encontrando um outro viajante sozinho de partes tão longínquas pra você quanto você pra ele. E eu façp todo esse caminho sem sair do lugar, e ainda vou mais longe, muito mais longe...
Relatos de um coração.
Adorei. Porque mais importante do que "ter história pra contar", é que seu coração tenha vivenciado e apreciado cada momento.
ResponderExcluirE a você, meu querido amigo, dedico a minha mais pura e verdadeira admiração, pois um coração com tamanhos relatos, só pode pertencer a uma criatura iluminada!
ResponderExcluirPS: Amei o post meu etezinho vagalume friend!